Bem, o que eu quero dizer com isto é que não é possível evoluir na Dança do Oriente se apenas nos centrarmos na técnica ou apenas na expressão livre dos nossos sentimentos.
A dança oriental é uma mistura apurada, como um tempero executado com sensual precisão e inteligência: de técnica, expressão, interpretação da música e liberdade de sermos quem somos e revelarmos ao mundo o que trazemos cá dentro.
Um tecnicista nunca poderá dançar, apenas nos pode mostrar técnica, passos que aprendeu e colocou num catálogo demonstrativo muito eficiente mas sem sentimento nem significado.
Alguém que se mova livremente mas sem um vocabulário de dança bem treinado e diversificado apenas exercitará o caos, o que pode ser benéfico em termos terapêuticos mas é muito pouco interessante enquanto prática de dança.
Os passos e movimentos , quando bem assimilados, tornam-se um alfabeto em aberto que podemos usar e recriar consoante a nossa própria criatividade. De cada movimento, sairá uma palavra sonora e bela, de cada associação de movimentos, sairá poesia, directamente do coração de quem dança.
Uma mistura de ambas as vertentes, a técnica e o instinto. Estas são a combinação ideal para se usufruír ao máximo desta sensual e maravilhosa dança.