Conhecer UMA música especificamente, de trás para frente, não vai significar que estaremos colocando nossa sensibilidade na interpretação desta. Há pessoas que esquecem que tem sensibilidade, ou não a desenvolveram como deveriam, e viram robozinhos dançando, com todo o conhecimento da língua, da técnica, da história da dança, da música e do compositor.
Quando dançamos uma determinada música, temos as chances para a interpretarmos pelo nosso momento. Aquele instante único. Amanhã, ao dançar a mesma música, a bailarina pode dar uma nova interpretação para ela. Mas para interpretar uma música desconhecida, é necessário domínio da técnica da dança, para não se preocupar com o passo e se entregar ao trabalho de detectar os novos sons. Um ouvido treinado ajuda muito, mas sem usar a tal da sensibilidade, vamos voltar ao estágio robótico.
Então, se desconhecemos a música por completo, sua história, sua autoria, sua linha melódica, suas nuances, então não a podemos interpretar? Claro que podemos!!!!!!! E é exatamente assim que aprendemos a conhecer a música.
Exemplo: se imagine ouvindo rádio e de repente toca uma música que você nunca tinha ouvido na vida, mas você fica simplesmente apaixonada por ela. Assim, de imediato! Bom, acontece comigo todos os dias. E isso é a prova de que a sua sensibilidade detectou algo naquela música e a fez se apaixonar. Se ela vai te passar tristeza ou alegria, vai ser algo seu, único.